Le French Azar

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Sexta feira meio dia. Tenho uma reunião sobre uma próxima viagem que farei, conduzindo os participantes pelas terras de Israel por comidas e vinhos fenomenais, juntamente com a GOUTÉ e a chef Andrea Kauffman. O local combinado, um restaurante de esquina charmosa, chamado Le French Bazar. Chego, sento, e peço uma taça de um vinho que gosto muito e conheço bastante, o Viognier La Bastide. Um branco com toques de frutas brancas e flores e boca fresca e delicada. Peço uma taça. Vem um senhor de terno, suponho, é o maître, me serve uma pequena quantidade de um líquido dourado denso, que mais me lembra um sauternes de 10 anos de idade do que um viognier fresco do Roussillon.  Estranho, mas mesmo assim, ponho no nariz. Aí sim, parecia um fino de jerez, com notas de amêndoas tostadas e uma notinha acética. Disse: o sr. pode abrir outra garrafa, parece que este não está muito fresco”. Ele retira a taça, demora, mas volta, trazendo a carta e pedindo que eu escolhesse outro, pois aquele acabou. Pedi que me trouxesse qualquer um branco que estivesse bem fresco, recém aberto. Ele disse “Todos os nossos vinhos estão recém abertos, nós vendemos muito vinho e não temos problemas com eles. Inclusive, aquele vinho que a senhora disse que não está bom, está em perfeitas condições”. ” Ok. Por favor, então, me traga o Gros Manseng, do Alain Brummont”

Volta um outro moço, com a garrafa depois de um certo tempo. Parece ter esquecido o abridor, sai e volta. Abre, me dá para provar (mexendo a minha taça antes que eu provasse, o que não se faz, mas tudo bem). Estava ótimo. Pedi para servir. Então, começa.

– Aquele vinho que você devolveu está em perfeitas condições

– Acho que não. Conheço o vinho, ele está bem oxidado. Mas acho que isso não é algo que se discuta. Vamos trocar o vinho e está ok.

– Você está errada. Eu sou (gritando) o  sommelier.

– Então você deveria saber que o vinho não está bom.

– Ele está ótimo para o meu gosto

– O gosto, nesta situação, não conta. O que é importante é que você saiba reconhecer quando ele está oxidado. Você está sendo grosseiro.

(berrando) – ESTOU MESMO PORQUE VOCÊ É UMA GROSSA, ESTÁ DESTRATANDO  MINHA EQUIPE, O VINHO ESTÁ EM PERFEITAS CONDIÇÕES!

– Se você é sommelier, deveria me respeitar, pois eu sou sua cliente. Por acaso, também trabalhei alguns anos no ramo. Inclusive tenho uma escola de vinhos e, do que aprendi e ensino, não se discute desta maneira com o cliente.

– EU SEI QUEM VOCÊ É!!!

O cara sai. Meus acompanhantes estão em choque e eu, não. Infelizmente essa cena absurda é comum no serviço do vinho. O cliente é tratado como um idiota que não sabe nada.

E não é que eu pedi uma garrafa que foi aberta e eu recusei sem motivo. Este tipo de fato pode ocorrer e, mesmo o vinho estando 100% perfeito, sabemos que temos que ter jogo de cintura ao explicar, ou perguntar por que o cliente acha aquilo mas, no fim das contas, sempre acabamos trocando.

Não foi esse o caso. Ali, era um vinho branco em taça, claramente oxidado que, caso o sommelier fosse responsável, saberia que não deveria nem ter chegado até a mesa. O profissional deve chegar, no começo do serviço, e provar tudo o que está aberto, antes de chegarem os clientes, e verificar se os vinhos já abertos estam em condições de serem servidos. Óbvio que não foi o caso. Óbvio que é fácil afirmar SOU SOMMELIER. Difícil mesmo é exercer a profissão em toda sua complexidade e excelência.

O mau estar estava instalado. Os que pareciam serem os proprietários, passavam pela mesa, me olhavam e riam. Decidimos não ficar. Neste momento, chegou Andrea, que não sabia o que estava acontecendo e nos contou que disse, na entrada do restaurante: “Estou aqui para encontrar Alexandra Corvo” e, com uma cara de nojo, o funcionário apontou onde estava a mesa. Isto, nos contou, sem saber da situação.

Estávamos todos com o tempo curto e a reunião nem havia começado. Eu disse, comam, eu não vou comer neste lugar, mas ficamos e fazemos a reunião.

Alguns 20 minutos depois, o “sommelier” volta, põe a mão no peito e diz “me desculpa”. Estamos enlouquecidos com a “week” (São Paulo Restaurant Week), a equipe ainda não está preparada, eu achei que você estava falando de outro vinho, houve um mal entendido. Ok, houve. E eu sou grossa por pedir um vinho em boas condições? Não, me desculpe, eu fiquei nervoso. Por favor, almocem, fiquem, permitam-me corrigir o erro.

Eu estava com ânsia de vômito, mas fiquei. No final da refeição, não queria trazer a conta. Insistimos, queríamos pagar, não é assim que se pede desculpas. Ele não deixou, disse que conhecia meu trabalho, me respeitava, me lia e que, por favor, voltássemos para que, numa próxima, pudéssemos pagar a conta, enfim, não nos deixou pagar.

A situação é a seguinte: ou quem se diz sommelier aprende a respeitar o cliente, por mais leigo que ele seja, ou os enófilos -clientes vão continuar nos chamando de pedantes, arrogantes e, por que não, escrotos. E se eu não fosse sommelier? E se ele não me conhecesse? E se eu fosse uma pessoa qualquer, eu ia ter que engolir? Eu só queria uma taça de vinho branco. E dei um baita azar.

Le French Azar*

*this is a pun as’azar’ in Portuguese means bad luck and  rhymes with Bazar

Friday noon. I have a meeting about a trip I’ll be taking, guiding participants through Israel with phenomenal food and wines, together with GOUTÉ and chef Andrea Kauffman. The meeting place, a charming corner restaurant called Le French Bazar. I arrive, sit and ask for a glass of a  wine I like a lot and know well, a Viognier La Bastide. A white with hints of white fruit, flowers and fresh and delicate palate. I ask for a glass. A gentleman in a black suit who I presume is the maitre , serves a small quantity of a thick golden liquid, which reminds me more of a 10 year old Sauternes than a fresh Viognier of Roussillon. Strange , but even so I smell it. And yes, it looked like a fine Jerez (sherry), with notes of toasted almonds and a slight note of acidity. I said, ” Sir, can you open another bottle, it looks like this one is not fresh”. He takes away the glass, after a some time  returns bringing me the winelist and asks me to choose another because they are all out of the one I ordered. I asked him to bring me any white that was really fresh and  newly opened. He says, “All our wines are newly opened, we sell a lot of wine and don’t have problems with them. In fact, that wine you said was not good was in a perfect state”. “Ok, I say, even though I thought that was rude.  Then please bring me the Alain Brummont Gros Manseng”.

Another gentleman returns, with the bottle some time later. It appears he had forgotten the opener. He leaves and returnes. Now he opens it and gives it to me to taste (swirling my glass before I had tasted, something I find completely wrong in wine service, but ok) It was excellent. I asked him to serve. Then he starts.

“That wine you returned is in a perfect condition ” 

“I don’t think so. I know that wine, this one is really oxidated. But I don’t think this is something we argue about. Let’s change the wine and everything is Ok”.

“You are wrong. I am (shouting) the sommelier”.

“Then you should now that the wine is not good”.

“It is perfect for my taste”.

“Taste, in this situation does not count.What is important is that you, as a sommelier, should know and be able to tell when it is oxidated. You are being rude”.

(yelling) ” I REALLY AM BECAUSE YOU ARE RUDE, YOU ARE NOT TREATING MY STAFF WELL, THE WINE IS IN PERFECT CONDITION! “

“If you are a sommelier, you should show me some respect because I am your customer. Coincidentally I have also worked in this field for a few years. In fact I have a wine school and from what I have learnt and teach, one does not argue like this with a customer.

“I KNOW WHO YOU ARE !!! 

The guy leaves. My collegues are in shock but I am not. Unfortunately this absurdish scene is common in the wine service. The customer is treated like an idiot who knows nothing.

It’s not like I asked for a bottle and refused it – after trying it – without reason. This could happen and even if the wine is 100% perfect, we know that we have to have a lot of tact when we explain to the customer, or ask him why he thinks so, but in the end we always end up changing the wine.

This was not the case here. This was a wine served in a glass, clearly oxidated, that if the sommelier were responsible would never have reached the table. The professional should arrive at the beginning of the service and taste all the wines that are open, before they get to the customer,and make sure that the wines that are open are in a state to be served. It’s obvious that this was not the case here. It’s obvious that it’s easy to scream I AM A SOMMELIER. What’s difficult is to exert the profession in all its complexity and excellence. 

We all felt awkward. What looked like the owners, walked passed the table looked at me and laughed. We decided not to stay. At this moment Andrea arrived , who knew nothing of what had happened , and told us that she had said at the entrance, “I am here to meet Alexandra Corvo”, and with a disgusted look on his face the attendant had pointed to the table. She told us this without knowing what was going on.

Time was short and the meeting had not even started. I said, you eat, I’m not eating in this place, but let’s stay and have the meeting.

About 20 minutes later the ‘sommelier’ returns, puts his hand on his chest and says “I am sorry. We are going crazy with São Paulo Restaurant Week, the staff is still not really prepared for serving so many people, I thought you were talking of another wine, there has been a misunderstanding. Ok there had. And I’m the rude one for asking for a wine in a good condition? ” No, I’m sorry, I got angry. Please have lunch stay let me correct my mistake”. 

I felt nauseated but I stayed. At the end of the meal they did not want to bring the bill. We insisted we wanted to pay, because I don’t think this is not how you apologize. He would not let us and said he knew of my work, respected me, read what I wrote, and that please we should return on another occasion and then pay for the bill in short he would not let us pay.

Here’s the thing:either those that call themselves sommeliers learn how to respect their customers, however amateur they are, or the oenophile-customers will continue calling us snobs, arrogant and yes why not, assholes.  What if I were not a sommelier?  What if he had not known who I was? If I was just the regular customer with no wine knowledge, would I have to put up with it? All I wanted was a glass of white wine. Guess I was just unlucky.

27 Respostas to “Le French Azar”

  1. marco merguizzo Says:

    Absurdo essa situação, inaceitável! Nada justifica essa postura!
    Bons modos e educação não se ensinam infelizmente nos cursos de sommelier. Que os donos (e não só os funcionários) revejam seus procedimentos totalmente equivocados.
    Minha solidariedade a você.
    Abraço,
    Marco

    • sommelierprofissional Says:

      É isso, Marco. Na minha escola eu tento ensinar postura e conteúdo, mas educação e modos se aprendem em casa. E o único que posso garantir é que isto ensino ao meu filho. Se a pessoa não aprende em casa, não aprenderá nem comigo nem na profissão. Sem contar a postura dos proprietários. bjs

  2. Ricardo A. Leite Says:

    Alexandra, em minha opinião você não deu azar, deu sorte: acontecendo isso você e seus convidados tiveram a oportunidade de saber como os funcionários do estabelecimento “trabalham”.

    NUNCA MAIS volte lá e repasse essa história absurda para todos que puder. Nós, consumidores e clientes devemos ser respeitados!! Basta de funcionários de temporada e mal treinados, rudes e deselegantes! Basta de falsos sommeliers e a política de “empurrarem” vinhos que não queremos beber pra fazerem bônus (rolha) junto à importadoras e distribuidores! Basta de restaurantes e bares onde os proprietários nos servem como se estivessem fazendo um favor…

    Estou de saco cheio de lugares assim. Se vou e acontece algo do tipo, simplesmente NUNCA MAIS veem a cor do meu suado dinheiro. Há muitas opções, não precisamos passar por isso!

  3. Alexandre Graça Says:

    Oi Alê tudo bem com você. Nossa que chato Alê, que falta de preparo dessa pessoa, so que não me surpreende, hoje em dia a maiorias dos restaurantes em São Paulo só pensam no lucro, que se dane o cliente. Seja educado, só não esqueça de empurrar um drink a mais, um prato a mais. Vamos rodar a praça, que se dane se o cliente veio comemorar uma data importante, o que vale e o lucro no final da noite. Alê eu estou ficando com nojo da minha profissão, não sei se e por já esta a muito tempo no ramo, ou na empresa onde trabalho, só que estou bem cansado. Me desculpe o desabafo. Estou com saudades. Um abraço Alê

    • sommelierprofissional Says:

      Ale
      a profissão da qual você tem nojo não é a sua. E não é a profissão de ninguém. É o caráter. Você escolheu o caminho mais difícil, o do conhecimento e da busca pelo desenvolvimento. Você é um em um milhão. Plante sua semente e colherá. Entendo seu cansaço. Mantenha a calma e siga. Estamos aqui para o que vc precisar. E não deixe de vir nos visitar, venha conhecer a biblioteca, está linda
      um grande beijo

  4. leitordoseublog clientedolefrench Says:

    conheço vc, conheço os proprietarios, conheço a andrea e conheço o sommelier, o gustavo.

    minha conclusao: vc é mta metida e deveria ter pago a conta. estava la no dia e vi seus gestos pra cima do garçom e depois sua arrogância pra cima do sommelier.

    mas, é que nem depoimento na justiça, cada um conta a versão que quer.

    convido todos aqui a conhecer o sommelier, um grande cara, simples e atencioso, pra ver se ele teria esse tipo de postura com alguém. tanto que ele simplesmente não conteve as lágrimas no cantinho depois…

    – o anonimato é parte da internet, não sou obrigado a me identificar pra discordar de vc, pessoa que se propõe ser pública.

    • sommelierprofissional Says:

      não falo com covarde. mas publico sua opinião mesmo assim, covarde. porque se tem uma coisa que eu não sou é covarde. falo, assino embaixo e aguento as consequências. “metida”, pra mim, rapazinho, não é argumento. cresça. e apareça.

  5. leitordoseublog clientedolefrench Says:

    Não seja por isso, meu nome é Carlos Braga e meu e-mail é esse aí em cima. Mas já provei meu ponto. Você tem rompantes de agressividade e arrogância e o diálogo que você relatou com o sommelier está invertido, quem cresce a voz e briga pra se impor é exatamente você, como se vê claramente em sua resposta ao meu comentário.

    Boa noite, passar bem.

  6. Thiago Ladeira Says:

    Além de covarde, o “leitordoseublog clientedolefrench” é ignorante (no sentido real da palavra), pois ignora o que prevê a Constituição Federal do Brasil, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais:

    “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”

    Infelizmente, ele e muitos outros acreditam que a Internet é uma “terra sem lei”, onde tudo pode. Nada disso!

    Tenha coragem, meu caro, seja homem e se identifique para manifestar o seu pensamento!

    Da forma como vc fez, duvido muito que vc estava lá quando do acontecimento dos fatos.

    O sommelier pode, até, ser um bom homem. Mas, por isso, mesmo deveria reconhecer que errou!

    • sommelierprofissional Says:

      Thiago, no texto eu conto como o sommelier se desculpa verdadeiramente e o caráter dele ou sua personalidade nunca foram postos em questão. O que acontece, e é mais frequente do que seria o correto, é que há um despreparo no serviço – seja ele do vinho ou de qualquer outra coisa. Independente de quem o cliente é, ele deve ser ouvido e respeitado e não criticado como “o vinho que vc devolveu estava bom”. A questão deixa de ser quem tem razão e passa a ser: você está preparado para atender às necessidades do cliente? Estes casos são muito elucidativos da situação atual do serviço de maneira geral. Não significa que ele seja um cara mal ou sem caráter. Significa que todo profissional deve estar preparado para situações adversas em momentos de stress. E, como diz meu amigo Manoel Beato: ser sommelier é ter prazer em servir o outro. Então, mesmo o outro estando errado, temos que engolir. E depois, pode rir da cara do cliente “metido” como diz o tal do Carlos, se quiser, entre os colegas. Mas na frente dos outros clientes, dos amigos da mesa do cliente, aí complica. E foi o que aconteceu. O Alexandre, que fez um comentário abaixo, foi meu aluno e tem anos de experiência em um grande restaurante em São Paulo e desabafa como o próprio ambiente de trabalho é sufocante pela falta de humildade e tato. assim, acho que é isso. valeu por comentar.

  7. Daniel Says:

    Alexandra, conheço o trabalho do Gustavo (sommelier do Le French Bazar) a algum tempo pois frequentava tanto o La Frontera como o Vitto. Soube recentemente que ele estava no Le French e fui conhecer a casa onde fui muito bem tratado com a mesma simpatia, simplicidade e profissionalismo de sempre. Acredito que este sommelier tem um grande futuro pela frente… erros acontecem e nao podemos julgar as pessoas por uma ocasiao.

  8. Alexandre Says:

    Oi Alexandra

    Sou cliente assíduo do Le French e fico muito triste com a situação inaceitável pela qual você passou. Sou totalmente solidário a você. Porém, alguns comentários aqui talvez tenham sido exaltados demais. Também sou da filosofia que ” Dinheiro não aceita desaforo”, motivo pelo qual nunca mais ponho os pés no Le Jazz, entre outros. Mas creio que isto também não é motivo para promovermos um boicote generalizado a quem quer que seja. Faz parte do processo de educação dos proprietários e funcionários a forte crítica. Convido a todos que ainda não foram ao Le French Bazar que visitem o lugar e tirem suas próprias conclusões, pois da maneira que o assunto vem repercutindo, todos esperamos que proprietários e funcionários tenham maior atenção daqui para a frente.

    • sommelierprofissional Says:

      Olá Alexandre. Eu percebo que no Brasil, uma simples crítica é sempre levada muito para o lado pessoal e acho que a exaltação vem justamente não de mim e sim daqueles que estão sendo observados. Não há boicote. O boicote é inimigo da análise e da crítica construtiva. O que eu fiz foi uma análise de uma situação para que se possa discutir aspectos da profissão no Brasil que ainda são muito crus. Um deles é o despreparo de um profissional que deveria estar servindo um cliente e não colocando-o numa situação de mal estar. Eu não conheço o sommelier pessoalmente e considero a situação algo muito pontual. Não disse que ele “é’ isso ou aquilo, mas digo que ele, sim, “foi” pouco profissional. Cada um que vá ao local e cheque por si próprio. Minha opinião não é tão definitiva assim nem tão importante. Mas, como sou professora de sommellerie, e tenho este espaço lido por muitos de meus alunos e seguidores, é uma situação que ilustra bem como não devemos atuar na profissão. Não me importa quem foi que fez. Poderia ter sido qualquer um. O importante é que o debate não cesse, para que todos ganhemos com ele, sempre aprendendo e nos desenvolvendo. Conversei com o sommelier e minha única preocupação – e eu e ele conversamos no momento sobre o fato – foi: você pôde aprender com isto? E ele disse que sim. É o que importa. E eu aprendo muito de meus erros (que não são poucos) e só com eles posso me desenvolver. Mas, sim, é um acontecimento grave do ponto de vista do cliente e todos devemos aprender dele. A ideia do post é a reflexão e NUNCA, um bate boca sem propósito. Obrigada por escrever. Abraço

  9. sandro silva Says:

    Olá, Alexandra. Acabo de conhecer seu site, mas já acompanho seus comentários no rádio há algum tempo.
    A propósito do que gerou a discussão, gostaria de lhe perguntar:
    Há gradações na oxidação, de sorte que a partir de certo estágio, aí sim, dever-se-ia evitar o vinho?
    Há casos em que a oxidação não prejudica o consumo, embora altere as características esperadas do vinho?
    Um abraço,
    Sandro

    • sommelierprofissional Says:

      Oi Sandro. Ótima pergunta. Há níveis de oxidação. Num primeiro momento, o vinho pode ter suas características alteradas sem, no entanto, estar morto. Ele pode não estar muito fresco, mas ainda mostra a personalidade. Num outro caso, como o mencionado no post, o vinho estava totalmente oxidado, com acetaldeídos, que lembram as nozes (oxidação do álcool) e notas acética (vingare). Inclusive isto estava evidente na cor amarelo escuro do vinho que e´um vinho, quando está saudável, claro de cor e frutado no nariz. Então, sim, há níveis de oxidação: alguns aceitáveis, outros não. abraço.

  10. ricardo Says:

    Minha querida amiga Alexandra Corvo,

    Fiz vários cursos de vinhos na ABS e lá eles também sempre ensinam que o cliente, por mais neandertal que seja, tem sempre a razão.

    Não tenho o conhecimento que você tem, mas acho que um bom entendedor de vinhos, como o sommelier deste restaurante, deve saber quando um vinho maravilhoso como o “La Bastide” está ruim.

    Ia ao Le French essa semana, pelo restaurante week, mas agora não vou mais.

    Infelizmente não temos muitos locais onde servem (Bons) vinhos em taças, gostaria de aproveitar e pedir uma boa dica de onde jantar e consumir um bom vinho em taça.

    • sommelierprofissional Says:

      Oi Ricardo. É fácil reconhecer quando um vinho está oxidado. O trabalho de vinhos em taça, principalmente o branco, que não tem um consumo tão volumoso no Brasil, costuma ser fraco na maioria dos lugares. Mas restaurantes simples como o Vino, o Diner 210, o Sal tem bons vinhos a bons preços. Mas ainda não é algo fácil de se encontrar. Abraço

  11. Fe Vianna Says:

    Que lindo você poder divulgar essa situação absurda! Estou ao seu lado 100% e espero que esse assunto reverbere no mercado. É inaceitável esse tipo de ignorância na área de serviço e atendimento ao cliente na área de vinhos, cervejas, bebidas. Adoro seu texto e sua coragem! Viva Alexandra!

    • sommelierprofissional Says:

      Oi Fernanda, quanto tempo! obrigada por visitar o blog. Este espaço é para poder ajudar a todos nós profissionais da área a evoluirmos (começando por mim) e melhorarmos o que temos a oferecer. Venha sempre. um grande beijo!

  12. Tiago Ribeiro Says:

    Alê, vc passa por cada uma também que só vc, heim?! Que bizarro!! Será que o sommelier deles não é bipolar?? rsrs

  13. Silvia Says:

    Oi Alexandra, eu era cliente e frequentadora assídua do Le French. Parei de frequentar aquele lugar depois do maitre ter alcançado altíssimo nível de arrogância na minha última visita por lá… foi uma noite de entrar e sair sem jantar. Um grande lamento pois a comida de lá é deliciosa e a carta de vinhos diversa!

    • sommelierprofissional Says:

      Exato, Silvia. como acabei comendo, também achei a comida bastante bem feita. No entanto, jamais voltaria. Não tanto pelas idiotices ditas pelo “sommelier” e pelo “maitre”, mas pela atitude dos proprietários que andavam por ali e nada fizeram. abraços

  14. Luiz Fernando Says:

    Ale, tenho 18 anos e adoro freqüentar restaurantes em Sao Paulo. Meus favoritos são os franceses, dentre os quais o Ici o Brasserie Erick J. E o Le Marais, mas como ninguém é feito de ouro também visito outros mais “possíveis”. Na restaurant week fui duas vezes ao LFB, na primeira sozinho, comi a salada com salmão, um steak ao molho mostarda( muio macio e saboroso) e de sobremesa o mousse de limao( cremoso e também muito gostoso). Na segunda vez levei minha mãe e meu irmão, pois havia ficado muito satisfeito com minha primeira visita, entretanto meu retorno foi um desastre. Pra começar o salmão tinha espinhas(!!!), o alface estava murcho e o agrião incomivel. Para fechar o horror de almoço o mousse, que eu fiz questão de fazer propaganda e elogiar, estava cheio de gelatina, duro e muito amargo. Quando indaguei o garçom, ele falou “nao meu querido, está tudo igual”, e retirou os pratos ainda cheios. Quando me dou conta, o mesmo garçom está tirando sarro de mim junto ao cheff, em frente à minha família, ambos estavam rindo de mim. Ainda por cima cobraram um couver a mais, mas naquela altura já estava tão possesso e desgostoso que paguei e fui embora.
    Antes da restaurant week já havia comido lá, mas depois daquele dia, nunca mais me terão como cliente. Nao sou bobo, posso ser novo, mas sou cliente acima de tudo e me sustento bem o suficiente para freqüentar bons restaurantes em sampa, o mínimo que eu espero em um estabelecimento é o respeito do funcionário para com o cliente. Fiquei p*to e chateado. Le French Bazar? Never again!

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