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Folha de São Paulo: Revolução Verde

6 de maio de 2016

folha

Revolução verde

A primeira coluna que escrevi para este jornal, há pouco mais de quatro anos, foi sobre a região que volto a abordar hoje. Isso porque, voltando de lá, fico feliz em ver a (r)evolução qualitativa que esses vinhedos vêm passando.

Estou falando da região dos Vinhos Verdes, a mais setentrional de Portugal. Não custa frisar, “Vinho Verde” é o nome da região, não a cor do vinho ou das uvas com as quais é feito.

Dali saem essencialmente vinhos brancos, mas tintos, rosés e espumantes compõem um pequena parte da produção também.
Conhecidos por serem leves, simples, para serem tomados gelados na piscina, os Vinhos Verdes estavam longe de ser referência em grandiosidade entre os brancos do mundo.

Não que haja nada de mal em ser deliciosamente refrescante. Ao contrário. Os verdes continuam sendo isso. Mas a diferença é que agora eles não são só isso. Produtores querem expressar a diversidade de suas castas e subregiões.

Uma surpresa: a variedade Avesso. Mais encontrada na subregião de Baião, extremo sudeste da zona, encostadinha no Douro, (ou seja, uma parte mais protegida, não tão influenciada pelo Atlântico). Resultado, vinho densos, ainda delicados, que aliam mineralidade e notas de tangerina incomparáveis.

Outra linda surpresa: ver envelhecer esses vinhos. Pudemos degustar Alvarinhos com 5, 6, até 11 anos de idade, na subregião de Monção e Melgaço, onde a casta reina protagonista. Pude assistir de perto.

E, sem dúvida, tintos da casta Vinhão, que quase não chegam ao Brasil. Arisca, tânica, ácida, quando bem vinificada, dá tintos roxos, muito densos, com aromas de amoras, carnudos, tostados, que funcionam tão bem com os embutidos –ou enchidos, como se diz na terrinha– vinhos que permanecem ainda como tesouros escondidos a serem descobertos.

Quinta do Ameal Clássico 2014
Frutas tropicais bem maduras, uma nota de amêndoas. Muito amplo em boca, textura seca mineral, complexo, longo e muito estruturado
UVA Loureiro
QUANTO R$ 117
ONDE Qualimpor; tel. (11) 5181-4492

Soalheiro 2014
Muito perfumado, com notas de pêssego, manga, pera e um final floral. Na boca é cremoso, com acidez delicada e muito longo e saboroso
UVA Alvarinho
QUANTO R$ 205,84
ONDE Mistral; tel. (11) 3372-3400

Covela Edição Nacional 2014
Tangerina, grapefruit, mineral tostado e uma nota de maresia. Cheio em boca, estruturado e saboroso e muito persistente
UVA Avesso
QUANTO R$ 98
ONDE winebrands.com.br

Pardusco Tinto 2012
Levemente frutado, com uma nota terrosa, delicadamente tânico e leve, pede para ser tomado com comidas gordurosas
UVA Alvarelhão
QUANTO R$ 119,80
ONDE Decanter; tel. (11) 3702-2020

 

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Listinha da semana – 23 de maio

23 de maio de 2014

Listinha da semana – 23 de maio de 2014 – Portugal

Vinho Verde

– Encosta do Xisto Loureiro 2013 Vasco Faria R$39,00 – ONDE: Vinica
– Alvarinho Soalheiro 2012 R$117,43 – ONDE: Mistral
– Quinta do Ameal Loureiro 2001  R$85,00 – ONDE:  Wine

Dão
Quinta dos Roques tinto 2008 R$93,00 – ONDE: Decanter
Alentejo – Alexandre Relvas – ONDE: Cantu
Herdade São Miguel descobridores atlântico – R$32,00
São Miguel Descobridores Colheita Selecionada – R$58,90
São Miguel Tinto CAO – R$98,40
São Miguel Touriga Nacional – R$99,50
Ciconia reserva – R$35,00
 Malhadinha branco –  ONDE:  Épice
Quinta da Malhadinha – 192,76
Monte da peceguinha – 79,47
Antão Vaz – 110,22
Produtor Alves de Souza – ONDE: Decanter
– Branco da Gaivosa reserva 2007- 155,20
– Branco da Gaivosa 2010 (você provou o 2013)  – R$106,50
– Estação Douro 2010 – 47,30

Uns Vinhos de Portugal

27 de junho de 2013

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A  Wines of Portugal, ou Vinhos de Portugal, sempre faz excelentes campanhas aqui no Brasil. Praticamente todos os anos traz boas feiras, com ótimos produtores e, neste 26 junho 2013, não foi diferente.

O convite para ouvir uma palestra sobre vinhos portugueses apresentada pelo único Master of Wine brasileiro, Dirceu Vianna, me empolgou. Vou muito pouco a esses eventos, mas me animei.

A degustação era um espécie de passeio pelas principais regiões do país e, infelizmente, a abordagem foi muito superfícial, sem informações mais específicas sobre solos e climas de cada região. Desculpa, mas dizer que pode-se dividir o país em 2 regiões, ao sul é mais mediterrâneo a ao norte é mais fresco, é uma simplificação tosca de um país tão variado como a terrinha.

Como era de se esperar, os vinhos eram deliciosos. Eu não canso de me surpreender com a variedade de estilos de Portugal, sempre tão diferentes, sempre tão empolgantes, cada ano com mais qualidade.

Um pouco do que tomei.

1. Quinta de Azevedo 12 – DO Vinho Verde

Peras, com um toque mineral e com toda a acidez e salinidade que um vinho da região dos Vinhos Verdes tem como tipicidade. Agora, a julgar por essa acidez, eu não teria medo de tomar esse vinho daqui a uns 5 anos. Claro que a ideia, muitas vezes, desta região, é entregar um vinho fresco de aspecto jovem, mas acho que perdemos algumas boas oportunidades de esperar para ver o que o tempo pode fazer.

2. Morgado de Santa Catherina – Bucelas

Bucelas, de onde vêm alguns dos brancos mais deliciosos e perfumados do mundo. Este, feito com Arinto (na região, o mínimo obrigatório é 75% dela. Estão autorizadas Sercial e Rabo de Ovelha), é muito aromático, floral, fruta muito fresca e casca de limão. Só que na boca, é outra vertente: é mais gordo e alcoólico, tem muita estrutura, final amarguinho interessante, lembra aniz.

3. Manoella 2010 – Douro

Nunca tinha degustado um vinho do Douro com este estilo. Muito frutado (ok, isso é fácil de encontrar nos vinhos do Douro), mas diferente, uma fruta mais fresca, algo de pimentão, ou geleia de pimenta e morango. Tudo muito fresco. Na boca também, uma expressão muito fresca, ótima acidez, taninos fininhos, mas um vinho quente e rico, gostosão, apesar de sobrar um pouquinho de álcool (característica não incomum na região também), mas nada defeituoso.

4. Confidencial 2011 – Lisboa

Cclássico! Eu amo os vinhos desta região cheia de influência marítima, que são super delicados e etéreos.  E este é isso mesmo: fresco, frutado, com uma fruta evidente, um pouquinho de álcool a mais, mas totalmente delicioso. Um achado.

5. Mouchão 2007 – Regional Alentejano.

Outro clássico..Ainda fechado e alcoólico. Fechado e alcoólico. Depois, um toque animal, algo de ervas, tomilho seco. Na boca é cheio e frutadão, ainda muito tânico,mas cheio de matéria prima de primeira.

Deu um pouco de pena degustá-lo agora. Ele é lindo, mas muuuuito jovem. Depois que tomei Mouchão com 20, 30 anos, vi que ele melhora muito com os anos. Óbvio, não precisa ser 30 anos, mas uns bons 10 deixaria todo seu jeitão mais evidente. Feito com a Alicante Bouschet e Trincadeira.

6. Dom Bella 2010

De um Dão eu espero sempre mais delicadeza, mas não foi muito o que encontrei. Feito 100% com Tourigna nacional, é perfumadão, notas de chá preto, camomila. Cheio em boca, firme, acoólico, ainda jovem, mas com taninos de qualidade, que vão se fundir com o tempo. Sobra um pouco de madeira no retrogosto, talvez o tempo “organize” essas arestas de álcool e madeira.

winesofPortugal

Ouça: Listinha da semana!

31 de maio de 2013

Vinho Verde:
Varanda do Conde 2011 – Wine Store

Dão:
Boas vinhas 2009 – Ravin

Douro:
Assobio 2009 – Qualimpor

Bairrada:
Filipa Pato Bical & Arinto Branco 2009 – Wine Store

Peninsula de Setubal:Só Touriga 2006 – Portus Cale

Clique e ouça o áudio.

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Alvarinho: difícil mesmo é errar

8 de fevereiro de 2012

Delícia sempre....

Apesar da já velha e cansativa história de que as pessoas têm mania de achar que o vinho “verde” é a cor do vinho ou seu estado – porque não está maduro – eu não vou mais explicar. Tem um zilhao de texto que explicam isto.

Este post não vai explicar nada, ou melhor, vai explicar uma coisa: como são incríveis os Alvarinhos da região dos Vinhos Verdes.

Acabo de provar um incrível e estou (de novo) apaixonada.

Começa discreto, com um toque cítrico. Depois de um tempinho, vai mostrando um toque de pedra fria, meio mineral. Aí, quando ganha um pouco de temperatura, vai ficando mais tropical, juro que senti um aroma de abacaxi grelhado…exagero? Não me importa, me diverti a beça com este vinho. O que era mais incrível é que todos estes aromas apareciam, só que de maneira sutil, elegante e delicada, nada explosivo.
Boca fresca, delicada, bastante extrato de fruta, bem    refrescante, um toque de cremosidade, ótimo comprimento. Finalzinho tem um toque amargo também delicado, como se tivéssemos comido uma grapefruit, é algo cítrico, frutado e amarguinho gostoso no final. Quem é ele?

   Rolan Alvarinho 2009 – Na Adega Alentejana

Vinho Verde e comida brasileira. Dá caldo.

30 de outubro de 2011

uma imagem leve e divertida para os Vinhos Verdes

De volta ao Brasil, curtindo ainda uma espécie de Toscana Blues, retomo as degustações por São Paulo e a primeira que aceito o convite é para dar uma olhada no que há de novo na região dos Vinhos Verdes em Portugal. Não só os produtos vêm melhorando bastante a cada ano, a comunicação visual está mais moderninha, jovem, puxando para um lado divertido e leve, colocando a região do Vinhos Verdes numa posição de produto para ser tomado jovem, informalmente com os amigos e acompanhado de boa comida. Pelo menos foi o que nos disseram os produtores que apresentaram os vinhos.

Vinho Verde and Brazilian food.

Back in Brazil, feeling a kind of Tuscany Blues, getting back to tastings in São Paulo and the first I accept is an invitation to check out what’s new in the Vinho verde region in Portugal. Not only are the products getting better every year, but the visual aspect is more modern, younger, bringing out a lighter more fun side and putting the region in a position of products to be enjoyed young, informally with friends or accompanied by good foood. At least this is what the producers that presented the wines told us.

Vinho verde e bolinho de arroz

O almoço foi no restaurante Brasil a Gosto da chef Ana Luiza Trajano que organizou um menu delicado e perfumado, com ingredientes super brasileiros , como é comum na sua cozinha. No aperitivo tomamos o vinho da Adega Cooperativa Ponte de Lima Seleção, feito com a uva Loureiro, que está super adaptada a esta subregião (vale do rio Lima). Os produtores não querem ainda entrar muito no tema de subregiões. Quando perguntei sobre a “sug-região”, percebei que eles ainda querem, neste primeiro momento, apresentar região como um todo, ou seja, uma região de brancos frescos e perfumados. Este primeiro vinho tinha as típicas notas de maçã verde, mas sobrava bastante álcool tanto no nariz quanto na boca.

Lunch was served at’ Brasil a Gosto’ a restaurant belonging to chef Ana Luiza Trajano, that organized a delicate and perfumed menu, with ingredients that are very typically Brazilian, and very common of her cuisine. As an aperitif we had a wine from the Adega Cooperativa Ponte de Lima Selecão, made with the Loureiro grape, which is very well adapted to this sub-region (Lima River valley). The producers don’t want to get into the subject of sub-regions. When I asked them about the sub-region, I felt that they still want for now, to present the region as a whole, in other words, a region of fresh and perfumed white wines. This first wine had the typical notes of green apple, but there was a lot of alcohol leftover on nose and on palate.

Vinho Verde com bobó de camarão

Para o primeiro prato, um palmito pupunha desfiado com manga verde, tomate, cheiro verde, tomamos o “Air” da casa de Mouraz,2010, de cultivo biológico. Começa discreto, tem umas notinhas de manjericão e é mineral. Na boca é quase adocicado, cremoso, fresco, bem intenso, rico, ficou muito interessante com o prato. O segundo, Quinta da Aveleda, também 2010, estava bem mais diluído, não tinha muito no nariz. Na boca tinha um toque doce e fatava frescro, com um finalzinho amargo. Não ajudou o prato.

The first dish was diced palm heart with green mango, tomatoes and parsley, we had the “Air” from Casa de Mouraz, 2010, biologically cultivated. It started off discreet, has little notes of basil and is mineral. On palate it is almost sweetened, creamy, fresh, really intense, rich, very interesting with the dish. The second wine was a Quinta da Aveleda, also a 2010, more diluted, not much on nose. On palate it had a sweet touch and freshness was missing, witha slightly bitter finish. Did nothing for the dish.

Um clássico dos Vinhos Verdes

O segundo prato, camarões enormes, com uma crostinha crocante, sobre um creme de bobó e um arroz de coco perfumadérrimo. O primeiro vinho, um Quinta das Arcas, pura Alvarinho, de 2010, ficou bem com o prato. Menos aromático e mais mineral, na boca é fresco, cremoso, com um finalzinho quente e saboroso. Faltou um pouco de intensidade para o prato, mas ficou melhor que o próximo, o Deu la Deu, um clássico da região, bem distribuído no Brasil. Ele era intenso demais, com muito floral e um toque de tangerina bem atraente. Na boca é quente, cremoso, rico, extremamente saboroso e longo, mas ficou um pouco pesado para o prato.

The second dish, enourmous prawns, with a fine crispy crust, served on a bed of  ‘bobó’ cream (yuka or manioc cream) and perfumed coconut rice.  The first wine, a Quinta das Arcas, pure Alvarinho, 2010, went well with the dish. Less aromatic and more mineral, on palate it is fresh, creamy, with a hot and tasty finish. It missed a little intensity for the dish, but it was better than the next wine, the Deu la Deu, a classic of the region, well distributed in Brazil. It was too intense, with a lot of floral and a touch of very attractive tangerine. On palate it is hot, creamy, rich, extremely tasty and long, but a little too heavy for the dish.

Depois, um Pirarucu grelhado, com purê de abóbora e molho de coco, gengibre e capim limão. Tomamos o Quinta de Gomariz 2010, nariz tostado, maduro, com notas de abacaxi. Na boca é cheio e frutado, mas falta um pouco de frescor. Ficou interessante com o prato, mais fresco, menos pesado. O outro vinho foi o Quinta da Lixa 2010. Aromático, refrescante, com toques de levedura, manjericão, frutas tropicais. Na boca tem frescor, sabor, bem equilibrado, com firmeza de álcool, final longo, saboroso. Ficou perfeito com o prato, principalmente quando comemos o peixe com o pure de abóbora, que dá mais cremosidade e sabor ao conjunto.

Then we had a grilled Arapaima or Pirarucu, with pumpkin purée and coconut sauce, ginger and lemon grass. We tasted a Quinta de Gomariz, 2010, really toasted nose, mature, with notes of pineapple. On palate it is full and fruity, but a little freshness missing. It was interesting with the dish, fresher, less heavy. The other wine was a Quinta da Lixa 2010. Aromatic, freshening, with touches of yeast, basil, tropical fruit. On palate it has freshness, flavour, well balanced, firm alcohol, long finish, tasty. It was perfect with the dish, especially when we had the fish with the pumpkin purée, it makes the combination creamier and more tasty.

A sobremesa era uma incrível mistura de docinhos brasileiros, como cocada, Romeo e Julieta, tortinha de caju, bananada com sorvete de nata. tomamaos um Quinta de Linhares, feito exclusivamente com a uva Azal – super perfumada, pode dar vinhos incríveis. Este era bem perfumado, com toques de maçã verde, muito elegante. Mas na boca não é tão fresco, é mais cheio, quase adocicado. Com as sobremesas mais refrescantes, como o Romeo e Julieta, que tinha uma caldinha cítrica de maracujá, ficou interessante. Mas com outros mais doces, não dava, ele ficava aguado. O rosé, à base de Espadeiro era bem frutado, lembrava uma casca de maçã vermelha e na boca é bem frutado e cremoso, com uma leve doçura. Não combinou com nada precisamente, mas é um vinho agradável e equilibrado, com um finalzinho lembrando morangos frescos.

Dessert was an incredible mix of Brazilian sweets, like ‘ cocada’ ( coconut ice), ‘Romeo e Julieta’ ( guava jam and cheese ),’ tortinha de caju’ ( cashew tartlet ), ‘bananada com sorvete de nata’ ( caramel banana with milk curd sorbet ). We had a Quinta de Linhares, made exclusively with the Azal grape-extremely perfumed, can make incredible wines. This was really perfumed, with touches of green apples, very elegant. On palate it is not as fresh, it is fuller, almost sweetened. With the fresher desserts like the ‘ Romeo e Julieta’ that had a citric syrup of passion fruit, it was intertesting. But with the other sweets it did not go, it gets diluted. The rosé, made from Espadeiro, was really fruity, reminded one of red apple rind and on palate it is really fruty and creamy, with a slight sweetness. It did not harmonize with anything exactly, but it is a pleasant wine and balanced, with a finish that reminds one of fresh strawberries.

Em suma, são vinho deliciosos e refrescantes. Podem combinar com pratos delicados, de temperos sutis, como foi o caso do almoço, mas podem ser ótimos acompanhamentos para petiscos menos elaborados, que comemos no calor. Sim, a região dos Vinhos Verdes, não esqueçamos, está num clima atlântico, sobre solos graniticos e o resultado disso são vinho fresquísismos, perfeitos para serem tomados no verão porque têm esse frescor, essa mineralidade, esse perfume que a tão peculiar conjunção solo – clima – uvas dá.

To sum up, they are delicious refreshing wines. They can harmonize with delicate dishes, with subtle spices, as was our lunch, but they can very well accompany less elaborate meals , that we have in hot weather. Yes, let’s not forget that the Vinho Verde region is located in an Atlantic climate, on granite soils and the result of this are very fresh wines, perfect to be had in the summer because they have this freshness, this mineralness, this perfume that the so peculiar conjunction soil-climate-grape gives.


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