Posts Tagged ‘vinho espanhol’

Listinha da Semana! o5.o6.14

6 de junho de 2014

Uvas Autóctones Espanholas

 

Rias Baixas

– Señorio da Regas 2011  – Cultvinho
 
Bierzo
– Lagar de Robla Premium 2008 – Vinci
 
Bobal
– Domínio De La Vega 2010 – Viníssimo
 
Utiel Requena
– Makor 2007 D.O Utiel Requena – Wineexress
 
Yecla
– Altos del Cuadrado 2009 – Almeria
 
Jumilla
– Hecula Monastrell 2011 – Almeria
 
Catalunha
– Punto y Coma 2009  – Almeria
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Um Rueda quase perfeito

3 de fevereiro de 2012

Não precisa ser perfeito para ser incrível. E este Rueda está incrível! No nariz é fresco, tem um nota de maracujá, é perfumado, lembra alguma florzinha branca, pêssegos, um toque de manga. Com a oxigenação, vai ficando mais exótico e mais floral. Na boca é fresco, apesar da pouca acidez, é muito saboroso, enche o meio de boca, super frutado e longo, com um pouquinho de álcool no final, mas não é defeituoso, é ricão no sabor.

Por que ele não é perfeito? Porque se eu fosse comprar um Rueda eu esperaria mais tipicidade, um vinho mais refrescante, com mais acidez e talvez menos exótico, mais para o lado dos aromas de ervas frescas.

Quando falamos de tipicidade,  nos referimos às características que o jogo solo – clima – uvas – homem imprime aos vinhos.
De maneira geral, em uma vinícola, em uma mesma propriedade, os solos, as uvas e os homens não mudam tanto de um ano para o outro. Mas o clima sim. É a safra. E há safras melhores e piores para cada vinho.

Para podermos sentir toda a tipicidade dos vinhos da DO Rueda, no norte da Espanha, verões mais frescos são importantes. Seu estilão é refrescante, com boa acidez e aromas verdes, de grama cortada. Essas características ficam ressaltadas quando a safra é bem continental, com noites frias. Segundo o site oficial da DO Rueda,a uva Verdejo, símbolo da região, “tiene matices de hierba de monte bajo, con toques afrutados y una excelente acidez” Mas, se faz muito calor,esse estilo muda.
Não precisa ser um verão super fresco, mas é bom que as noites sejam mais frias, para manter o lado refrescante tão típico de Rueda. Não foi o que aconteceu em 2009.
Segundo um relatório da  jancis robinson, a coisa esquentou bem por lá, o verão foi bem seco e muito quente. Choveu um pouco no final do período de amadurecimento, mas aí as uvas já estavam super maduras.

O que quero dizer é que, mesmo cada região tendo uma certa tipicidade, um ano mais quente pode balançar bastante o estilo regional. Foi o que aconteceu aqui. O vinho está incrível, mas faltou um toquezinho daquela tipicidade de Rueda, do frescor herbáceo. . Mas não precisa ser perfeito para ser maravihoso.

Na Península

An almost perfect Rueda

Wine does not have  be perfect to be incredible. And  this Rueda is amazing! The nose is fresh, has a note of passion fruit and flower, it is fragrant, reminds me of some white peaches, a touch of mango. With oxygenation, it gets  more and more exotic and floral. The palate is fresh, despite the low acidity, it is very tasty, fills the middle of the mouth, very fruity and long, with a little extra alcohol in the end, but not unbalanced, just really rich.

Why isn’t it perfect? Because if I was buying one I would expect more typicity of Rueda, a more refreshing wine with more acidity and perhaps less exotic, more freshness.
When we speak of typicity, we refer to features like those of  “soil – climate – grapes – man “

In general, in a estate, soils, grapes and men do not change much from one year to another. But the weather does. And there are best and worst vintages for each wine.

To be able to feel all the typicity of the wines from DO Rueda, in northern Spain, cooler summers are important. Its style is refreshing with good acidity and green aromas of cut grass. These characteristics are highlighted when the climate is tipically  continental, with cold nights. According to the official website of the DO Rueda, Verdejo grapes, symbol of the region, “has aromas of herbs, fruity touches and excellent acidity”.  But if it there is a lot of heat, the style changes.
 It was what happened in 2009.
According to a report from Jancis Robinson, things heated up well there, the summer was very dry and very hot. It rained a bit at the end of the ripening period, but then the grapes were already overripe.

What I mean is that even if each region having a certain typicality, a warm ripenning periond can change a lot the regional style. That’s what happened here. The wine is amazing, but lacked a touch of that typical features of Rueda, the herbal freshness. . But wine doesn’t have to be perfect to be wonderful. 

Para as pizzas no domingão

23 de novembro de 2010

Se você mora em São Paulo, colocar “pizza” e “domingo” na mesma frase pode ser redundante, mas acho que outras cidades tem dias diferentes para a pizza. Independente do dia da semana, pizza é sinônimo de família, um monte de gente em volta e uma certa variedade de sabores. Domingão passado foi na casa dos meus pais, havia um monte de pessoas e não menos tipos de pizza: margherita, alho, portuguesa, calabreza e 4 queijos. Corri na adega e peguei o Protos Roble. Já falei deste vinho várias vezes aqui. Ele é versátil e vai super bem com vários tipos de comida.  Cada vez que abro o vinho ele mostra uma cara diferente. OBVIAMENTE não fiquei cheirando, nem degustando, nem nada porque sommelier também folga. Simplesmente bebi e ele estava delicioso como sempre. O que sim fiz ( bom, minha folga é relativa, pois sempre gosto de trazer experiências do dia a dia para blog) foi provar o vinho com cada um dos sabores. Ele funcionou divinamente com todos, porque tem um toque frutado misturado com ervas e madeira que simplesmente vai bem com tantos sabores. Não deixem de provar. É da Peninsula.

Vinho apimentado

21 de outubro de 2010

Ontem degustamos, aqui na escola, alguns vinhos espanhóis e um deles chamou a atenção pelos aromas peculiarem. No nariz, tinha notas muito claras de pimenta. Cada um de nós encontrou uma pimenta diferente: uns disseram pimenta calabreza, outros dedo-de-moça, outros pimentão vermelho, enfim, cada um com seu registro e memória olfativa, mas todos concordávamos que era pimenta. Tinha algumas notas de cereja preta e fumo de corda também. O mais interessante é que, na boca, o vinho também era apimentado. Não era a sensação picante do álcool ou a “pinicada” da acidez e sim um picor de pimenta, extremamente interessante.

Já degustamos este vinho em uma aula com gazpacho (comentei aqui) e ele estava bem diferente – o que, de certa maneira, não garante que quando você tome o vinho ele terá a pimenta. De todas as maneiras, o vinho é ótimo.

Vale a pena conhecer pela peculiaridade. Abadia Retuerta Primicia. Da Peninsula

De Jerez e Jamón

29 de setembro de 2010

 

A garrafa vermelha é o Fino de Jerez

 

Hoje dei uma passada na feira de Produtos alimentícios da Espanha e, acho que já falei para vocês, estudei naquele país e sempre fui uma estudiosa do fino de Jerez. Esse vinho, por todas as suas peculiaridades, é o tipo de produto que se ama ou se odeia.

Produzido no triângulo das cidades Jerez de la Frontera, Puerto de Santa Maria e Sanlucar de Barrameda (onde, por causa das características diferentes, é chamado de Manzanilla). As peculiaridades de sua produção são: vinhedos no encontro do mar mediterrâneo com o atlântico. Os solos são albariza, um giz quase puro, branco e mineral. A uva Palomino, autóctone da região. E, o processo complexo de vinificação que poderia resumir em como sendo todo em contato com o oxigênio e com as leveduras que se formam sobre a superfície do líquido, já que as barricas não são totalmente cheias. A explicação é bem resumida, ok?

Resultado: um vinho com notas minerais, de amêndoas e, é claro, de claras notas marítimas ou marinhas, muito interessantes. Em boca é sempre salgado (um dos poucos vinhos onde podemos sentir este sabor), cremoso pela força do álcool (ele é fortificado a 15°GL) e sempre com ótima acidez. Por causa de suas peculiaridades, é conhecido pela harmonização clássica com o Presunto Ibérico. O Jerez que tomei foi o clássiquérrimo Osborne (o da marca do touro visto em paineis por todo o Brasil). E o Jamón, o Cinco Jotas, é trazido pela importadora Marcas de Espanha (há um texto ótimo na página sobre o delicioso porco), um outro clássico em termos de marca. O porco é da raça Ibérica e só come bellotas (bolotas, em português), um tipo de noz que vem da azinheira (uma árvore prima do sobreiro – o que dá a cortiça). Resultado: uma carne adocicada, com gordura saudável, marmorizada dentro da carne, uma jóia.

Há, porém, um aspecto importantíssimo do consumo do jamón ibérico: ele tem que ser cortado de maneira impecável. E isto é uma arte. Quando eu estudava na Espanha, a gente fazia competição para ver quem conseguia cortar perfeita e velozmente. Eu era péssima nesta difícil arte. Já o Nilson, é maestro. Deixo vocês com o vídeo.

Listinha de compra para o finde prolongado

2 de setembro de 2010

Leitores queridos. Gostaria de compartilhar com vocês a delícia de ver meu filho Benjamin completar 1 ano, neste dia 3 de Setembro. Portanto, irei celebrar com ele e com a família um churrasquinho modesto.
Coincidentemente os três vinhos escolhidos para o feriado e comemoração são da Casa Flora que está com um catálogo cada vez melhor. Os três vinhos harmonizam bem com calor, os três combinam com carne, os três são interessantes e típicos das regiões de onde vêm.
Greco di Tufo – publiquei aqui o por que

O Cava Don Román Reserva Imperial é delicioso, encorpado, com fruta e uma nota de evolução, bom corpo. Nunca tomei com carne, mas vou experimentar no feriado e depois conto.

O terceiro vinho é o Duorum, meu queridinho do dia a dia, frutado, com toques de baunilha, adora maresia, fica mais frutado na praia do que na sala de aula. Um tinto delicioso, de corpo meio leve, mas com taninos e retrogosto perfumado que vai combinar com o climão do feriado e a festa do filhote.

Portanto, provavelmente vocês não me leerão nos próximos dias. Perdoem me.

Monastrell ou Mourvèdre? não importa.

5 de agosto de 2010

foto: originalverkorkt.de

Adorei o vinho que tomei sábado  no Chou. Cartinha de vinhos simples, serviço normal, ainda bem que não preciso de ajuda com a carta. Pedi um vinho de precinho amigo( R$ 62,00) chamado Al Muvedre, de Alicante, do lado de Valencia e Murcia. Como a uva de Murcia é basicamente a Monastrell, que na França é conhecida como Mourvèdre, supus que seria isso. Isso mesmo. Só que um caráter mais leve, mais diluído da uva.  Vinho frutado, com um toque apimentadinho, firme em boca, com boa acidez, alcoólico, mas tudo equilibradinho, certinho. Para quem gosta de sair do arroz e feijão dos vinhos (malbec e cabernet ) e aprecia uma novidade, pode ir. Como disse, preço bom. Na carta R$ 62,00, na importadora R$ 40,30. da mistral.

Da Catalunha, estrutura.

20 de julho de 2010

costersdelsegre.es

Vocês conhecem um pouco a Catalunha? A região é interessante culturalmente, berço Dali, de Miguel Torres e Ferran Adriá. Estas personalidades refletem bem o espirito catalão: inovador, pesquisador, ousado e vanguardista

A região de Costers del Segre fica aqui. É uma região pequena, com aproximadamente 20 vinícolas.

O clima, apesar de perto do mediterrâneo, está protegido por estar no vale do rio Segre (daí o nome, em catalão de Costers – encostas – do Segre). Assim, é um clima seco, com muita insolação, pouca chuva e com umidade das névoas de inverno.  Os vinhedos ficam entre 200 e 400 metros, sobre solos calcáreos e arenosos.

Daí veio nosso Petit Grealó 2004 Vinya L’Hereu de Seró.

Estes vinhedos ficam a 450 metros, são da subzona de Artesa, a mais setentrional e com mais influência dos pirineus sobre solos de argilas brancas. O corte é Syrah, Merlot e CAbernet e o resultado é um vinho extremamente estruturado.

Nariz com toque bem mineral, lembrando carvão, alguma pedra, ou mesmo um incenso, por causa dessa nota mineral perfumada. Na boca, como disse, tem muita estrutura, é quase salgado, tem taninos firmes e álcool e um finalzinho amargo que lembra vermute. Apesar de ter bastante densidade, faltou um pouco de comprimento, mas não é, de maneira alguma um vinho defeituoso ou curto. Talvez esse comprimento possa se desenvolver com os elementos se fundindo com um tempo em garrafa.

Na Península. R$ 93,00

Para tomar com Gazpacho

13 de maio de 2010

Incrível a seleção de vinhos que andei degustando juntamente com um Gazpacho. Alguns, imaginei que funcionariam. Outros, não poderia imaginar.

O primeiro vinho foi um Fino de Jerez Fernando de Castilla. Seco, mineral, salgadinho, acidinho, corpo gordo, amplo. Estava típico e perfeito. Todos os elementos do vinho funcionavam com os sabores picantes, gulosos, frescos e salgadinhos do Fino. Um combinação clássica, ideal, talvez não para agora que faz frio, mas para um dia mais quente.

Tivemos um Marques de Riscal branco. Tinha aromas de fruta madura, pêssego, muito corpo e um toquezinho de acidez. Essa cremosidade, quando encontrou o salgado picante do gazpacho, acabou resultando em algo doce que não ficou ideal, um pouco enjoativo.

Depois, vieram as surpresas. Imaginem um Protos Roble. Um clássico da Ribera del Duero. Cerejas, álcool, taninos firmes, toques de baunilha. Na boca, taninos apertadinhos, mais fruta, magrinho, mas com o toque da baunilha. Pois bem, quando encontrou o Gazpacho em boca, os tanino foram absorvidos pelo azeite do Gazpacho e o sabor do vinho ficou mais frutado e se enriqueceu. Lindo.

O quarto vinho foi a grande surpresa. Um Abadia Retuerta Primicia. Outro clássico do Duero, mas de Sardón de Duero, sem o status de DO, um Vino de la Tierra de Castilla y León. Nariz maduro, lembrando     cereja preta, ameixa preta, baunilha e um pouco de chocolate. Taninos muito firmes, madeira, baunilha, tostados. Jamais imaginaria que um vinho assim combinaria com o salgado e fresco da sopa fria. Pois bem…errei. Adoro errar. Primeiro, os taninos que estavam bem firmes, se amaciaram. A fruta ficou mais evidente, o corpo também. Os sabores do Gazpacho ficaram também evidentes, seu frescor típico idem, enfim, se harmonizaram muito. O vinho perdeu o ímpeto, mas de uma maneira boa, pois ficou mais frutado, mais gostoso, sem o lado agressivo.

O último vinho era o El Albar, dos irmãos Lurton. Denso, com notas de café, frutas negras, um toque mentolado. Muito encorpado em boca, com muito álcool e tanino. Tudo equilibrado e incrível, mas não para o Gazpacho. Em suma, os dois da região do Duero foram o grande destaque, a grande harmonização para quem ama Gazpacho, como eu.

Aliás, só percebi agora, dando uma relida, que escrevo Gazpacho com letra maiúscula.

Ameixa preta e tabaco.

9 de maio de 2010

Se você quer sentir esses aromas em um vinho, e gosta de regiões pouco conhecidas, vá de Petit Grealo. O vinho vem da Denominación de Origen espanhola de Costers del Segre, na Catalunha.Para conhecer melhor, vá aqui. A região tem 5 subzonas e este vinho é de Artesa, uma delas, noroeste da DO.

O interessante é que é feito só com uvas internacionais, Syrah, Merlot e Cabernet, mas não tem jeito de vinho fácil, internacional, feito para agradar. Tem um caráter catalão, mineral, denso e um pouco sisudo. Zero barrica. Só tanques de inox. Dá para ver a intensidade e boa qualidade da fruta.

No nariz, como bom catalão, é fechado no começo. Só se abre depois de horas. Ameixa preta e uvas passas é a primeira coisa. Depois surgem umas notas de chocolate amargo e tabaco. Às vezes aquele tabaco mais aromático de cachimbo, às vezes a nota do charuto já queimando. Couro, castanha portuguesa,e os minerais, tipo carvão.

Na boca é bem cheio, vertical (alto) por causa da boa acidez, taninos muito finos (como de chocolate amargo), em muita quantidade, então eles grudam bem, mas logo se derretem. Dá para sentir a proximidade com o mediterrâneo, o vinho tem calor alcoólico, é rico e apimentado. Ótima estrutura


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