Posts Tagged ‘presunto cru e vinho’

“Dios los cria….

14 de outubro de 2010

y ellos se juntan”.

É esse o ditado espanhol. E parece que é por aí. Ontem, em nossa aula de Espanha, o vinho com mais “cara” de espanhol foi o que ficou melhor com a pantumaca. Explico: dentre os vinhos degustados, um deles tinha as notas clássicas riojanas: um toque de caramelo, tostado, casca de laranja, amêndoas, um toque de carne, lembrava mesmo Jamón e também uma nota baunilha. Na boca era fino, com um toque fresco, mas boa acidez e um pouco de cremosidade. O retrogosto tem, como os clássico riojanos, bastante baunilha e café com leite.

Já falei aqui da Pantumaca, que é uma tapa catalã. Basicamente: um bom alho e um bom tomate esfregados com vigor num bom pão. Dá para variar, colocando uma fatia de bom jamón e, aqui na escola, para a prática de harmonização, além do jamón, coloquei uma fatia fininha de queijo manchego (leite de ovelha – aroma bem lácteo, lembrando uma bolachinha de manteiga). Não precisa dizer que ficou perfeito.

Os aromas e sabores dos dois eram muito parecidos, assim como suas texturas e pesos. Dois clássicos espanhóis, tão parecidos, não tinham como não se juntarem divinamente.

O vinho: o Viña Alberdi Reserva, 2003, da Zahil

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De Jerez e Jamón

29 de setembro de 2010

 

A garrafa vermelha é o Fino de Jerez

 

Hoje dei uma passada na feira de Produtos alimentícios da Espanha e, acho que já falei para vocês, estudei naquele país e sempre fui uma estudiosa do fino de Jerez. Esse vinho, por todas as suas peculiaridades, é o tipo de produto que se ama ou se odeia.

Produzido no triângulo das cidades Jerez de la Frontera, Puerto de Santa Maria e Sanlucar de Barrameda (onde, por causa das características diferentes, é chamado de Manzanilla). As peculiaridades de sua produção são: vinhedos no encontro do mar mediterrâneo com o atlântico. Os solos são albariza, um giz quase puro, branco e mineral. A uva Palomino, autóctone da região. E, o processo complexo de vinificação que poderia resumir em como sendo todo em contato com o oxigênio e com as leveduras que se formam sobre a superfície do líquido, já que as barricas não são totalmente cheias. A explicação é bem resumida, ok?

Resultado: um vinho com notas minerais, de amêndoas e, é claro, de claras notas marítimas ou marinhas, muito interessantes. Em boca é sempre salgado (um dos poucos vinhos onde podemos sentir este sabor), cremoso pela força do álcool (ele é fortificado a 15°GL) e sempre com ótima acidez. Por causa de suas peculiaridades, é conhecido pela harmonização clássica com o Presunto Ibérico. O Jerez que tomei foi o clássiquérrimo Osborne (o da marca do touro visto em paineis por todo o Brasil). E o Jamón, o Cinco Jotas, é trazido pela importadora Marcas de Espanha (há um texto ótimo na página sobre o delicioso porco), um outro clássico em termos de marca. O porco é da raça Ibérica e só come bellotas (bolotas, em português), um tipo de noz que vem da azinheira (uma árvore prima do sobreiro – o que dá a cortiça). Resultado: uma carne adocicada, com gordura saudável, marmorizada dentro da carne, uma jóia.

Há, porém, um aspecto importantíssimo do consumo do jamón ibérico: ele tem que ser cortado de maneira impecável. E isto é uma arte. Quando eu estudava na Espanha, a gente fazia competição para ver quem conseguia cortar perfeita e velozmente. Eu era péssima nesta difícil arte. Já o Nilson, é maestro. Deixo vocês com o vídeo.


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