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Um clássico é sempre um clássico

29 de outubro de 2010

Fazia muito, muito tempo que não tomava um Pouilly Fumé dos grandes. Estou fazendo isto agora mesmo, numa sexta feira de temperatura perfeita, nem quente nem fria, apenas perfeita.

No nariz, terroir líquido e a fruta. Sauvignon blanc no seu estado mais puro e mineral. Primeiro o maracujá verde, pungente, depois o giz,um mineral impressionante. Depois, vai abrindo, ficando menos frutado e mais mineral, com cheiro de areia molhada, casca de ostra e pedra. Ele vai ficando mais completo conforme fica mais tempo aberto. É bom decantar.

Na boca, muita cremosidade, um certo calor, é firme no álcool. Tem ótima acidez e frescor. Não é extremamente longo, mas está longe de ser curto. Mais do que o sabor, o que fica na boca é uma untuosidade, a textura agradável.

Pouilly Fumé é uma denominação de origem na parte mais continental do vale do Loire, na França. O clima continental, marcado por verões secos e ensolarados, de noites frias, ajudam a Sauvignon blanc a amadurecer bem, mantendo a típica acidez.

Os solos lá são super conhecidos pela mineralidade. Estão dividos em 4 tipos: os calcários de Villiers, com pedrinhas calcárias pequenas. Os calcários do Barrois, que têm pedras calcárias maiores e mais duras, são solos secos e pobres, e com quase nada de depósitos fósseis. Depois estão as Margas com ostras, fósseis de ostrinhas de 160 milhões de anos atrás, quando ali era um mar. São solos mais frios. E as argilas com sílex, super famosas pelos aromas minerais que aportam ao vinho. Têm pedras grandonas, de 5 a 20 centímetros.

Vale a pena dar uma olhada nas fotos desses solos no site oficial da AOC

Combinou perfeitamente com costelinhas de porco no forno. Perfeitamente!

Eu ganhei o vinho de presente, então não sabia o preço. Fui olhar. Está à venda na Vinci

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Peixinho com branco…clássico.

2 de setembro de 2010

Hoje na aula de Sommellerie para Enófilos, tivemos a oportunidade de falar das regiões do vale do Loire e da Alsace. E, claro, os cinco vinhos degustados eram destas 2 regiões.

O prato da harmonização foi um saint pierre feito no papillote com tomilho e um pouco de laranja. O prato ficou perfumado e delicado no sabor, com um retrogosto aromático intenso da casca da laranja e do perfume verde do tomilho. Degustamos um Riesling da Alsace, um Vouvray, um Pinot Blanc, também da Alsace, um Chinon (tinto de Cabernet franc) e, o vencedor, um Pouilly Fumé. Ele tinha as notas clássicas de aspargos brancos, um toque mineral e, na boca, um equilíbrio de frescor e cremosidade, com um retrogosto refrescante de maracujá, até com uma certa textura cítrica que lembrava o sabor das sementinhas da fruta. E são esses os fatores que fizeram com que a harmonização desse certo. A cremosidade do vinho fazia com que a a textura do peixe não ficasse fibrosa (vinhos com menos estrutura de cremosidade deixaram o peixe fibroso). A acidez levantou os perfumes no restrogosto, deu mais força para os aromas. Os aromas frescos que lembravam fruta tropical (como o do prato, que tinha laranja) passearam de mãos dadas pela boca. Perfeição… na Premium.

Agora, cá entre nós, se você gosta muuuito de tinto, o Chinon não fez tão feio. É verdade, adicionou suas notas de pimenta preta  ao prato, e tirou um pouco dos aromas sutis, mas totalmente dá para tomar, pois se funde bem às texturas do peixe. Um vinho com taninos fininhos, delicados, acidez fresca e corpo magro. Do Bernard Baudry, no club du taste-vin


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