A carta do Due Cuochi

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Acabei de voltar do Masters of Food and Wine do Hyatt de Mendoza e já estou me empanturrando outra vez neste domingochuvoso. Fomos pro Due Cuochi onde, toda santa vez que vou, me impressiono com a qualidade da comida e do serviço. Tudo é perfeito. Mas, confesso, me decepcionei com a carta de vinhos. A comida deles é delicada e cheia de nuances e são pouquíssimas as sugestões de vinhos que acompanhem os pratos, não só nos sabores, como nos preços. A carta está inundada com vinhos argentinos e chilenos, enquanto as opções italianas interessantes estão presentes só em preços acima de R$ 100,00.

Se o restaurante tem excelentes pratos a 40, 50 reais, seria interessante que a maioria das opções de vinhos que de fato harmonizam, girassem em torno de 75-100 reais. Nada contra a qualidade dos nossos vizinhos chilenos e argentinos, todo contrário. São vinhos excelentes, deliciosos e com preços atrativos. No entanto, a seleção proposta na carta de vinhos não é de vinhos que combinem com as sutilezas cozinhadas por lá.

Há milhares de bons rótulos como Valpolicellas, Chiantis, Nero d’Avolas, Nebbiolos, Barberas, entre outros italianos fenomenais, disponíveis nas importadoras que poderiam melhorar, e muito, a experiência do paladar dentro do que eles propõem em termos de cozinha. E, não, não precisam ser apenas italianos. A França, a Espanha, Portugal também têm rótulos incríveis, com estilos mais apropriados para combinar. Estilos mais leves, mais sutis, menos alcoólicos que os estilos correntes encontrados no Chile e Argentina.

Ainda, dentro dos argentinos e chilenos, há opções interessantes, com corpo mais delicado e menos alcoólicos para combinar. Há Bonardas, Syrah e Pinot Noirs produzidos nestes países que são mais adequados dos que figuram na carta. Nada de errado em ter os outros estilos mencionados acima  na carta, mas eles são a maioria dos rótulos, principalmente com preços mais legais (até R$ 80,00). Acabei tomando um Chianti simples e sem atrativos, mas que não interferiu no sabor do prato, mas que não vale pelo preço.

Consultei a equipe e podemos levar vinho. Esqueci de perguntar o valor da rolha, mas, com certeza, da próxima vez que for, vou garantir a harmonização levando um vinho meu. De todas as maneiras, o restaurante é, entre custo e benefício, um dos melhores de São Paulo.

The Due Cuochi winelist                                                                                                                                                                                                                                                                                    Having just returned from the Masters of Food and Wine of the Hyatt in Mendoza, Argentina, I find myself  being a glutton on this rainy Sunday. We went to Due Cuochi where,everytime I go, I am impressed by the quality of the food and the service. Everything is perfect. But, I have to confess, I was disappointed by the winelist. Their food is delicate and full of subtleties and the wine suggestions to accompany the dishes are sparse, not only in flavours but in price too. The list is swamped with Argentinian and Chilean wines, while the interesting Italian options are only present at prices above R$ 100,00.

If the restaurant has excellent dishes at 40,50 reais, it would be interesting if most of the wine options that harmonize, vary around 75-100 reis. Nothing against the quality of our Argentinean and Chilean neighbours, on the contrary. They are excellent, delicious and have reasonable prices. However, the selection presented in the winelist are not of wines that match the subtleties of the food  cooked there.

There are thousands of good labels like, Valpolicellas, Chiantis, Nero d’Avolas, Nebbiolos, Barberas, amongst other phenominal Italian wines, available from importers that could greatly improve the palate experience proposed by their cooking.And they need not only be Italian. France, Spain, and Portugal also have amazing labels, with styles that are more appropriate to match. Lighter styles, more subtle, less alcoholic than the current styles found in Chile and Argentina.

Still, among the Argentinean and Chilean , there are interesting options, with a more delicate body and less alcholic. There are Bonardas, Syrah and Pinot Noirs produced in these countries that are more adequate than those featured in the list. Nothing wrong in having the other ones – mentioned above – on the list, but they make up the majority of the labels, mainly with better prices (up to R$80,00). I ended up drinking a simple unattractive Chianti, which did not interfere with the taste of the dish, but was not worth the price.

I asked the staff if we can take our own wine and they told me yes. But I forgot to ask them how much they charge the corkage. Certainly next time I go I will be taking my own wine, to guarantee the harmonizing. Anyhow, the restaurant is price-quality wise one of the best in  São Paulo.

3 Respostas to “A carta do Due Cuochi”

  1. sandro silva Says:

    Olá Alexandra,
    Tenho uma pergunta: profissinais como você costumam prestar assessoria a restaurantes na hora da aquisição dos vinhos? Ou o mais comum é o próprio dono do estabelecimento fazer suas escolhas?
    Outra coisa: nunca vi um cardápio que contivesse os pratos e, ao lado deles, uma pequena seleção de vinhos da adega com os quais pudessem ser harmonizados. É tão difícil assim?
    Abraço,
    Sandro

  2. Marcelo Says:

    Também a excelentes vinhos nacionais que harmonizariam muito bem com gastronomia do restaurante Due Cuochi.

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