Há uma aula famosa em minha escola sobre a harmonização de queijos de vinhos. Para 2011 eu dei uma mexidinha no conteúdo e foquei bastante na experimentação. Coloquei vinhos um pouquinho diferentes dos que usava até o ano passado e ampliei a parte das técnicas de degustação. Resultado, ficou bem interessante. A aula é composta, no total, por 16 combinações, já que degustamos os 4 queijos com os 4 vinhos, no que chamo de degustação cruzada.
É bem comum, ao se pensar no famoso evento “queijo e vinho”, a associação com vinhos tintos, ou vinhos de sobremesa. Tive, no entanto, um experiência bastante interessante com um vinho que não é nem um nem outro. É um branco alemão, levemente adocicado, mas longe de ser um vinho para sobremesa. No nariz, tinha toques típicos do Riesling do Nahe, na Alemanha: fruta e mineralidade. Um toque floral interessante também apareceu. Na boca é super cremoso, tem excelente acidez, é frutado, tem um toque adocicado delicado, e muito sabor de fruta. Tínhamos 4 tipos de queijos: de cabra fresco, manchego (de ovelha, meio curado), um tipo Brie, produzido no Brasil e um tipo Gorgonzola, também produzido por aqui.
Os vinhos eram o já citado alemão, um rosé delicado chileno, um Bourgogne genérico muito diluído e um Malbec de Salta, bem encorpado, com bom extrato. O rosé funcionou com alguns, mas com dificuldade. o Bourgogne genérico não tinha extrato, como disse, estava diluído, simplesmente não funcionou com nada. O Malbecão foi bem com uns, menos com outros, mas foi bem em geral.
Mas o foco aqui é o branco. Por suas características, principalmente pelo extrato, pela fruta em boca, com acidez ótima e por ser muito longo de sabor, primeiro, se fundiu perfeitamente com o queijo de cabra, dando cremosidade e um toque frutado à texturinha seca do queijo. Depois cobriu com perfumes o Manchego, que lembrava mais frutos secos. Com o brie, ídem, deu doçura e contraste – por causa da boa acidez à gordura, uma delícia. Por último,com o potente e de aromas muito animais, Gorgonzola, aguentou firme, deu contraste, mostrou acidez e enriqueceu os sabores do queijo. Enfim, se mostrou um vinho perfeito para este tipo de ocasião, apesar de não ser, geralmente, o primeiro estilo de vinho que nos vem à cabeça, quando pensamos em queijos e vinhos.
O vinho em questão, como comentei, vem da região do Nahe, na Alemanha, é do produtor Donnhoff, um dos grandes produtores alemães, mas ainda assim tem um preço possível> R$ 85,50, na incrível importadora Decanter. Clique aqui para conhecer a loja virtual.
E, se você quiser assistir a esta aula deliciosa, comigo, em minha escola, por favor, não deixe de nos visitar. O telefone para reservas é 11.3283 3626 e nosso email é contato@alexandracorvo.com.br
1 de fevereiro de 2011 às 15:44 |
Oi Ale, tudo bem com voce? Ale, obrigado pelas palavras que voce postou no blog. Ale, estou indo para a California essa semana, te trago um vinho de la. Um abraço, Alex
1 de fevereiro de 2011 às 17:41 |
querido, não agradeça. boa viagem e não traga nada para mim, nao se preocupe. aproveite. beijão