Portugal: para começar

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Como comentei com vocês, estou em Portugal, a convite da ViniPortugal, para participar da Wines of Portugal International Conference (WoPIC). A “Wines of Portugal” é uma marca criada neste ano de 2010 para promover os vinhos portugueses internacionalmente. De certa maneira, podemos dizer que promove o novo vinho português. O vinho está melhor não só no sentido da qualidade, mas no sentido da comunicação com o consumidor internacional. Há grande investimento em trabalhar diferentemente para cada um dos países importadores dos vinhos daqui. É importante, óbviamente, para poder comunicar-se, educar, explicar. O vinho português não é um tema totalmente simples, mas também não é tão complicado. E a idéia não é de mostrar Portugal apenas como um país produtor de vinhos: isso todo mundo sabe que é. A idéia é expor o país como um produtor de vinhos de alta qualidade.

Na abertura de nossa visita, fomos recebidos pelo presidente da ViniPortugal, Francisco Borba, que nos comentou um pouco o foco destas ações. O principal é deixar clara a riqueza de estilos de vinhos produzidos no país. Esta riqueza deriva da diversidade de solos, climas, micro-climas e, sem dúvida, o principal, a grande variedade de uvas. Também tivemos a oportunidade de assistir a uma aula fenomenal da enóloga Marta Galamba que se tornou minha guru dos vinhos portugueses por seu conhecimento profundo e paciência no ensino.

A conferência focará na Touriga nacional que, com certeza, está se tornando um ícone na vitinicultura portuguesa. Perguntei a ele se Portugal ia se posicionar na direção de vinhos baseados na tipicidade das uvas e resposta foi “não”, ainda bem, já que estamos cansados de saber que os estilos de vinho não dependem apenas das castas. Trabalharão sobre duas vertentes: expondo os estilos de cada região que, claro, além do caráter do clima, solos e cultura, também se explica pelas variedades de uvas usadas. A importância da Touriga Nacional reside no fato de que está plantada em quase todas as principais regiões do país.

Assim, conforme for degustando, vou trazendo algumas coisas para vocês. Aviso de antemão, que fugirei um pouco dos vinhos mais conhecidos e trarei novidades de regiões menos em evidência. Antecipo: Colares, com seus vinhedos sobre as areias, de frente para o Atlântico, com a uva Ramisco. Os vinhos peculiares de Trás-os-Montes, alguns brancos do Douro feitos com Códega e Rabigato ou tintos com bastante Tinta Amarela e os novos brancos do Tejo (região até pouco chamada Ribatejo).

Por enquanto, deixo vocês com algumas imagens de coisas que pude experimentar, fora do roteiro, como uma deliciosa alheira de mirabela, uma visita a uma casa de fados que me fez entender melhor minha avó (portuguesa, hoje com 100 anos) e algumas paisagens gostosas. Amanhã trago mais notícias.

alheira de mirandela com ovo frito e jarro de vinho. pra que mais?

 

um b'cadinho de fado

as folhas caem em Coimbra....

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4 Respostas to “Portugal: para começar”

  1. Oswaldo Correa da Costa Says:

    Estivemos aí ano passado e as vinícolas mais interessantes e autênticas me pareceram ser as de Bairrada e, também, as do Dão. Os vinhos secos do Douro têm muito menos tradição e o clima é quente demais para obter boa acidez natural, portanto quase todos são acidificados. Alentejo idem. Alguns secos da Niepoort são interessantes porque eles mudaram de direção no sentido de vinhos mais naturais de uns anos pra cá. Un enologo interessante é o Jorge Moreira, que faz o Poeira. Na Bairrada, além do Luis Pato, de estilo mais moderno, mas grande figura, vale visitar Quinta de Bageiras, Casa do Canto e Sidonio de Sousa.

  2. Oswaldo Correa da Costa Says:

    Excelente restaurante em Lisboa é o Nariz do Vinho Tinto.

  3. claudia reis Says:

    Nossa, Alê, que legal! Vendo as fotos, fiquei até emocionada, lembrando a linda viagem que fiz em maio último com meu marido e meus filhos. Estivemos nesta mesma casa de fado (Café Luso, certo?) e tivemos o privilégio de passear pelo Douro junto com o seu Antônio e a dona Isabel, patrícios moradores do Espinho que têm uma vinha no Alto Douro (perto de Castanheiro). Que linda a estação de trem de Pinhão, né? Uma pintura! Agora nesta época deve estar tudo mais lindo. Aproveite muito e conte tudo.
    OBS: ontem tivemos nossa prova e só três alunos corajosos apareceram (eu, o Ernesto e o Dr. Ricardo). Estava bem difícil, heim professora malvada! Cheia de pegadinhas!!! Acho que serei reprovada e será pior para você, pois terá de me colocar “de recuperação” (he, he :)).

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