De Jerez e Jamón

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A garrafa vermelha é o Fino de Jerez

 

Hoje dei uma passada na feira de Produtos alimentícios da Espanha e, acho que já falei para vocês, estudei naquele país e sempre fui uma estudiosa do fino de Jerez. Esse vinho, por todas as suas peculiaridades, é o tipo de produto que se ama ou se odeia.

Produzido no triângulo das cidades Jerez de la Frontera, Puerto de Santa Maria e Sanlucar de Barrameda (onde, por causa das características diferentes, é chamado de Manzanilla). As peculiaridades de sua produção são: vinhedos no encontro do mar mediterrâneo com o atlântico. Os solos são albariza, um giz quase puro, branco e mineral. A uva Palomino, autóctone da região. E, o processo complexo de vinificação que poderia resumir em como sendo todo em contato com o oxigênio e com as leveduras que se formam sobre a superfície do líquido, já que as barricas não são totalmente cheias. A explicação é bem resumida, ok?

Resultado: um vinho com notas minerais, de amêndoas e, é claro, de claras notas marítimas ou marinhas, muito interessantes. Em boca é sempre salgado (um dos poucos vinhos onde podemos sentir este sabor), cremoso pela força do álcool (ele é fortificado a 15°GL) e sempre com ótima acidez. Por causa de suas peculiaridades, é conhecido pela harmonização clássica com o Presunto Ibérico. O Jerez que tomei foi o clássiquérrimo Osborne (o da marca do touro visto em paineis por todo o Brasil). E o Jamón, o Cinco Jotas, é trazido pela importadora Marcas de Espanha (há um texto ótimo na página sobre o delicioso porco), um outro clássico em termos de marca. O porco é da raça Ibérica e só come bellotas (bolotas, em português), um tipo de noz que vem da azinheira (uma árvore prima do sobreiro – o que dá a cortiça). Resultado: uma carne adocicada, com gordura saudável, marmorizada dentro da carne, uma jóia.

Há, porém, um aspecto importantíssimo do consumo do jamón ibérico: ele tem que ser cortado de maneira impecável. E isto é uma arte. Quando eu estudava na Espanha, a gente fazia competição para ver quem conseguia cortar perfeita e velozmente. Eu era péssima nesta difícil arte. Já o Nilson, é maestro. Deixo vocês com o vídeo.

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4 Respostas to “De Jerez e Jamón”

  1. Rafael Botto Says:

    Tô indo pra Espanha…Jerez e Jamón na cabeça!!

  2. Marina Fuentes Says:

    Oi Alexandra, vi seu comentário. Parece que quando nos tornamos mães viramos corujas dos nossos próprios filhos e dos das outras pessoas também. Eu não resisto a um bebê, acho um encanto!

    Vi seu post sobre a calçada da Grand Cru. Que chatice. Moro na Vila Madalena e andar de carrinho aqui é tarefa inglória. Mudei o endereço do seu blog nos links. Agora tá certinho
    beijos

  3. Paulo Says:

    Olá Alexandra. Parabéns pelo blog, excelente conteúdo e muito bom gosto para vinhos. Nem todos os vinhos de Jerez sofrem grande contato com o oxigênio. Inclusive o mais tradicional, o fino (e o manzanilla), pela presença do “véu” sofrem maturação em ambiente extremamente redutivo, logo temos vinhos de longa maturação nos “botes” com cor, estrutura e sabor impecáveis, sem nenhum sinal de evolução.

    Parabéns pelo trabalho!

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