Nesta sexta-feira a Agna, cozinheira de mão cheia da escola, me surpreendeu com uma torta de massa leve e amanteigada, recheada com espinafre, tomates frescos e secos e vários tipos de queijos ralados, parmesão, a casca de um emmenthal e um pouco de queijo de cabra fresco. A massa esfarelava de tão leve e o recheio era uma mistura do sabor vegetal, com a textura cremosa e o sabor, deliciosamente indecifrável, da mistura de queijos.
Tinha lá uma garrafa de Grüner Veltliner aberta e resolvi apostar. Ficou perfeito. A Grüner é a uva austríaca por excelência. Ela tem aromas que lembram alguns vegetais, às vezes lembra azeite, folhas de louro, além do toque frutado bem delicado. Em boca é seco, com ótima acidez, tem o sabor que lembra um pouco pimenta branca, ou noz moscada e uma cremosidade suculenta. Daí a capacidade de ir bem com vegetais e texturas cremosas.
Este, é do produtor Wilhelm Bründlmayer e vem da região de Kamptal. Ela tem este nome pelo rio Kampt, que passa por ali. Ela fica acima de Kremstal e Wachau e não estou citando estas duas regiões por acaso. Na verdade, as três juntas são responsáveis por um número alto de grandes vinhos do país. Na denominação de origem (DAC) Kamptal, apenas a Grüner e a Riesling são autorizadas. Os solos são muito peculiares, com arenito desértico e componentes vulcânicos que datam de uns 279 milhões de anos. O clima é bem fresco (daí os vinhos com ótima acidez) mas, de certa maneira, temperados pela presença do rio.
Para degustar um pouco desse solo distante, de um país pouco conhecido, fica a dica. Na Mistral.
7 de outubro de 2010 às 18:41 |
Coincidência boa!!!
Faço o curso de formação de Sommelier no SENAC e degustamos este vinho na semana passada!!!
Adoramos!!!
Beijo