Sim, e você deve estar dizendo: ai, credo, aquele beaujolais nouveau que os “especialistas” dizem que nem vinho é. Pois o nouveau é o vinho mais famoso e menos representativo do que a rica região do Beaujolais pode oferecer.
Beaujolais é feito com a uva Gamay, por um método de vinificação chamado maceração carbônica. Não vou me extender, mas basicamente, os cachos de uvas são levados inteiros para os tanques de fermentação e ela se inicia propriamente dentro da uva. O resultado é uma extração de taninos muito delicados e aromas muito frutados.
É claro que o estilo final vai depender muito da característica da matéria-prima – neste caso, a uva. A região pode ser dividida na parte mais baixa, ao sul. Lá, os solos têm mais argila e são mais frios, portanto a Gamay custa mais a amadurecer. Aqui, conta MUITO, o fato de o produtor ser sério para produzir bons vinhos.
Na parte norte, Temos granito, algum xisto, coberto com areia, portanto, melhor drenagem e mais temperatura, sendo melhores para o amadurecimento da uva emblemática de lá. Os vinhos AOC Beaujolais vêm daqui.
Mais ao norte é onde se encontram os famosos 10 crus do Beaujolais e as AOC Beaujolais Villages. São vinhos extremamente gastronômicos e expressões distintas da Gamay, já que cada um tem solo, subsolos, exposição e altitude muito diferentes. Mas são sempre boas dicas para acompanhar refeições ricas de carne.
Nesta semana, aqui na escola, tivemos a oportunidade de tomar um Beaujolais que representa a essência dos AOC Beaujolais. A fruta limpa, o nariz “franco” ( é sempre uma expressão difícil de explicar, mas quando coloco este vinho os alunos entendem na hora – é um nariz muito limpo), as notas de groselha, de suco de morango, um toque de pimenta do reino e até uma nota animal muito sutil, são alguns dos aromas deste vinho. Na boca, é totalmente perfeito: taninos muito finos, com ótima acidez, como se tivéssemos mordido um morango fresco, um toque de álcool que dá mais força aos aromas, enfim, para vocês tomarem no final de semana.
Fica a dica. Beaujolais da Maison Coquard, por lindos R$ 46,00, na Decanter.
Conheçam a família produtora Coquard aqui
Tags: beaujolais, vinho francês
11 de setembro de 2010 às 8:20 |
Oi Alexandra,
Sou fã dos Beaujolais da Maison Coquard, principalmente do Morgon. Concordo plenamente com você, quando digo aos amigos que tomei um Beaujolais eles torcem o nariz, mas se digo que tomei um Morgon maravilhoso, ficam interessados. Puro preconceito.
Você já provou o Morgon do Marcel Lapierre ? O que achou ?
Abraço.
Eugênio Oliveira
http://www.decantandoavida.com
13 de setembro de 2010 às 22:46 |
Clássico. Tem que ser às cegas para convencer. bj