Yecla é, sem sombra de dúvidas, uma das regiões mais interessantes da Espanha. Situada na região de Murcia, é pequena, com uns 6,5 mil hectares plantados, e jovem, recebeu a DO em 72.
Fato curioso da região é que da área plantada, 2 mil hectares estão em cultivo orgânico, deixando, de certa maneira, evidente, a preocupação com a qualidade (pelo menos dos solos).
É uma zona de transição entre a Meseta, o grande planalto do centro da Espanha, e o mediterrâneo. Fica rodeada por um anel de montanhas baixas e serras. Por causa dessa situação, o clima fica tem influências mediterrâneas e continentais, ou seja, os verões são quentes e secos, mas os invernos são menos rígidos que os climas continentais clássicos. Os vinhedos ficam entre 400 e 800 metros.
O foco da produção de tintos está na uva Monastrell, uva mediterrânea, conhecida na França como Mourvèdre.
O Hécula, das Bodegas Castaño é um exemplo e tanto do que é o estilo da região. Feito apenas com Monastrell, tomamos o 2005. No nariz, começa com uma fruta preta, tipo ameixa seca. Aparecem notas minerais, de carvão, poeira e pedra marinha. Na boca tem muito tanino, é firme, alcoólico, tem um final com toque amargo, como chocolate amargo, é longo e rico, cheio de sabor. Tentamos harmonizar com um pãozinho com tomate e jamón (pantumaca), mas o resultado foi uma sensação picante, o jamon perdeu o sabor e o conjunto ficou desagradável.
Achei um texto meu de uns dois anos atrás, relativamente coerente. Na época, é interessante notar, o vinho tinha mais o lado frutado e acidez mais perceptível.
” feito com 100% monastrell, uma uva típica do Mediterrâneo, encontrada na França sob o nome de mourvèdre. Na Espanha a uva tem um caráter mais tânico, mais maduro, devido ao clima quente da região. Realmente, o vinho é delicioso: ameixas pretas, alcaçuz, muita fruta vermelha, predominando a cereja preta, com um toquezinho de tabaco. Na boca tem mais cereja, taninos firmes mas macios, acidez incrível…
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